Ela não pode ver o rio Jacuí que já vai correndo na frente e dá um mergulho em qualquer parte da margem. De longe, ainda antes de chegar perto o suficiente para ver as águas no leito, a gente ouve o barulho típico de alguém se jogando. É sempre assim. O tempo todo, várias vezes durante o tempo em que se ficar por perto do rio.
Acostumou a pular na água. Esteja calor ou frio, com ou sem sol, com ou sem vento. No inverno, de tanto a gente sentir frio só de ver, é necessário um severo e sonoro “não” para que ela se contenha.
Acompanhando a gente nas caminhadas pelas estradinhas da roça, ela entra em tudo que é poça dágua, córrego, bebedouro de gado, represa, rio e até em água parada de chuva.
Mas na piscina não. Aí ela não entra tão facilmente desde que foi “puxada” meio que à força. Aí, ao invés de mergulhar, ela fica correndo em volta, latindo e simulando um avançamento de cachorro bravo, dando bocadas na mão de quem tenta agarrá-la. Olha que ela até já mergulhou por conta própria, mas foi uma situação bem rara, um momento de desvario um pouco mais forte. Fora isso, esse é o tipo de água que ela vai sempre evitar. Vai entender o que se passa na cabeça dessa pessoa.